
Hoje gostaria de compartilhar com você algumas perguntas e reflexões que me faço constantemente.
Já parou pra pensar nisso? Sobre a relação entre o que a vida consome de nós e o que nós consumimos dela?
Pra mim, essa questão é profunda e me explico.
Será que é possível e preciso encontrar um balanço Yin-yang entre o que consumimos e o que somos consumidos pela vida?
Pense comigo quais são as partes da sua vida que realmente te alimentam, te relaxam, te sustentam e fazem feliz?
E quais você sabe que precisa alimentar? Pense nas atividades que exigem sua energia: gastar tempo treinando, trabalhando, acompanhando, cuidando, amigos ou família.
Quantas horas você dedica a essas áreas por dia? E por mês? E ao longo de uma vida inteira?
Existe como e você acha que devemos buscar um equilíbrio ideal em uma rotina que, a cada dia, nos consome e também é consumida por nós?
Qual é a justa proporção?
E se ela existe, essa relação é mesmo imutável ou será que é como uma dança? A dança das dualidades? Será que essa dança flui a depender de momentos?
E será que esses momentos em que a vida nos consome nos ensinam a valorizar ainda mais os instantes em que consumimos a vida?
Ok, too deep.
Vamos lá, tentar levar isso para um âmbito “da esfera real”: dopamina.
Se você vive no planeta Terra, com certeza já caiu em algum podcast, roda ou conteúdo falando sobre a tal da dopamina, como estamos fazendo tudo errado e precisamos reequilibrar nossa relação com esta tal “molécula” pois vivemos em um mundo de “prazeres” e facilidades cada vez maiores e mais rápidas.
Pergunta? Google.
Comida? Ifood.
Interação social? Instagram.
Conteúdo? Youtube.
Assistir algo? Netflix.
Comprar algo? Amazon.
Encontro? Tinder.
Resposta? ChatGPT
As opções pra “algo de novo” o tempo todo são inúmeras.
Nossa sociedade atual vem elevando cada vez mais o jogo do quero AGORA. E é impossível não se dar conta de como isso reflete na nossa capacidade de sentir e valorizar as coisas que consumimos.
Pode parecer papo de evolucionista mas quanto mais fácil tiver algo, menos valorizamos e quanto mais fizer o difícil, mais fácil você reconhece o que importa.
Dito isso podemos falar sobre como realmente precisa ter o momento de consumir vida.
Mas é consumir de verdade. É algo que te nutre, te descansa – e não a TV e o celular não fazem isso.
Na minha cabeça eu sempre imagino um rio de águas turbulentas e quando você entra nele, entra no automático e a vida perde o sentido.
E o quão perigoso é entrar no automático por muito tempo? Quais as chances de esquecer o que faz sentido realmente?
Como sair dessa correnteza?

O Paradoxo do Consumo e o Valor do Esforço
É curioso pensar que para nutrir certas áreas da vida, precisamos passar por desafios. Pense no trabalho. Ele pode ser muitas vezes too much e estressante, mas é nesse esforço que encontramos crescimento e aprendizado. Cada tarefa difícil, aliás “desafiadora” – estou trabalhando o meu PNL rs – que você enfrenta, molda suas habilidades e abre portas que antes pareciam fechadas.
Pra mim, tem muitos dias que me sinto montando um quebra-cabeça infinito, mas quando paro e olho pra trás vejo algumas figuras começando a se formar.
E é aí quando você vê o quanto cresceu e progrediu.
Essa recompensa é incomensurável.
Agora pense em exercício físico. Ah, quantas vezes você já se pegou dizendo que não tem tempo ou que tinha uma desculpa muito boa pra não ir no treino naquele dia? Você tinha dormido mal ou tinha trabalhado muito ou tinha bebido no dia anterior. E daí você conseguiu vencer todas as suas desculpas e foi. Quando você terminou veio a recompensa: aquela sensação de “que bom que eu fui”, de bem-estar e de autocomprometimento.
Esses momentos de superação da inércia nos ensinam a valorizar nosso corpo, nossa saúde e nossa capacidade de fazer algo para “se alimentar”.
O Que Realmente Importa
E aqui estamos, na intersecção entre o que nos consome e o que consumimos. É uma dança, e como toda dança, demanda prática, sintonia e, muitas vezes, uma certa dose de desconforto.
A vida nos ensina que cada esforço que fazemos, cada desafio que enfrentamos, é uma semente plantada para o futuro. As dificuldades podem parecer pesadas, mas é nelas que encontramos a força para crescer.
Se entrarmos no automático, podemos nos perder nessa dança. Podemos esquecer o que realmente importa. Mas quando nos permitimos sentir, viver e reconhecer cada momento, encontramos um novo sabor em cada pequeno detalhe da vida. É uma batalha diária, mas que vale a pena ser travada.
Assim, talvez a resposta para todas essas perguntas sobre consumir e ser consumido esteja em reconhecer que ambos os lados da moeda são fundamentais.
E, no final das contas, viver plenamente é sobre encontrar a harmonia nesse vai-e-vem, valorizando tanto os momentos de sacrifício quanto as pequenas alegrias que a vida nos oferece. Afinal, a beleza da vida está na sua complexidade, nas nossas escolhas do que cultivar a cada dia e na nossa habilidade de aprender a dançar.